segunda-feira, 16 de junho de 2014

40 dias

Chega até a ser engraçado. Logo eu que não curto a ideia de conceitos absolutos, me pego enterrado - ou navegando - em conceitos.

Nas histórias bíblicas, os números são muito bem trabalhados. A numerologia apresenta vários números, que representam várias coisas. O 3 simbolizando as facetas de Deus; o 7, sendo o número perfeito; o 12 sendo o número da igreja; o 40, como número do deserto, das provas. E é justamente sobre esse que quero falar.

Para os cristãos, parece que se tornou "legal" dizer que meu deserto vai passar, que vou passar pela prova, alcançar a terra prometida, serei vingado e quem me humilhou verá minha glória, entre outros chavões gospel. Agora, o que Deus realmente pensa a respeito desse deserto.

Nunca acreditei no romanticismo da vida. De que a vida é bela, com um pequeno conflito no meio, para um final feliz onde o vilão se dá mal. Sempre acreditei que a vida é feita pela gente, pelas nossas escolhas. Talvez eu esteja tremendamente enganado, mas acho prepotência demais achar que o que eu planto eu não irei colher. Ou pior ainda, colher aquilo que não plantei.

Quando olho para todo o sofrimento que o povo de Deus - Israel - passou, vejo uma única coisa: eles escolheram aquilo. Em cada momento de dor, não era a escolha de Deus, era a escolha dos homens, sedentos de ganância, poder e, na minha opinião, uma falsa liberdade. E, para quase todos os momentos de reviravolta nas histórias, um ciclo de número 40 se passava.

Novamente, não quero me estender sobre a história de Israel, o seu deserto, dor, escravidão, nem nada. Quero falar dos meus 40 dias ( graças a Deus não foram anos, até porque ia complicar...).

Existe uma passagem em Oséias que diz o seguinte: "te atrai para o deserto e no deserto te conheci". Não estou muito poético hoje, então serei direto: os planos de Deus, ainda que nos mostrem demasiados momentos de solidão e escassez muitas vezes, nos levam direto para onde Ele quer. Para o lugar no qual Ele pode nos conhecer em intimidade. E, se há algum propósito para nós aqui na Terra, é o de nos relacionarmos de perto com Deus. Só por isso, já acho o deserto um ótimo lugar pra se passar. Mas tem mais.

Os nossos desertos mudam de lugar, de modo, de tempo e aparência. Cada um tem o seu. Os seus. E, hoje, percebo que passei mais um ciclo de 40 dias, no qual muitos conceitos - de novo?! - e vontades mudaram. E eu penso: "mas como posso mudar tanto em tão pouco tempo? Como pode minha mente e meu coração desejarem coisas tão novas tão de repente?" E Deus me diz algo sutil: em mim, as coisas mudam, crescem e dão frutos."

Não tenho a menor ideia de quantas pessoas lerão esse post. Nem se aguentarão chegar até essa parte. Mas tem algo que quero compartilhar.

Independente do que você esteja passando, sei que sua vida não está perfeita. E pra falar a verdade, nunca estará. Nós sempre queremos mais, traçamos outros objetivos. E, muitas vezes, nos afundamos em pensamentos ruins, medos, dúvidas. Somos bombardeados com as aflições da sociedade moderna, com os "certos e errados" de nosso tempo e esquecemos o básico: Deus nos deu um SOPRO de vida. Não temos todo o tempo do mundo. Temos um sopro de tempo para sermos felizes.

Mas você pode me dizer que está tudo tão difícil, complexo e obscuro na sua vida e nos seus planos. E eu lhe direi: olha pro outro lado. Pra cima, pra baixo, sei lá. Tem uma bendita de uma luz em algum lugar hahaha. E sabe por que eu ri? Porque é maravilhoso ver como Deus ri junto conosco. Como nosso Pai é presente e gosta de passar tempo conosco.

Por fim, e os 40 dias? Esse é tempo suficiente para você mudar seu foco, sua direção, seus olhares e, literalmente, mudar sua vida e ver tantas coisas dentro de você mudarem - inclusive seus sentimentos. 40 dias é o tempo que todos nós temos ao acordar pela manhã e ver que hoje é tempo de amar e não mais temer; que hoje é tempo de ser e não mais ter; que hoje é tempo de viver.

Meus últimos 40 dias foram fantásticos. E os próximos, bom...os próximos ficam para o próximo episódio.

Deus abençoe.

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